INÊS MOURA

SERPENTE INFINITA

Curadoria: Ana Rito

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(Portugal)

Inês Moura nasceu em Coimbra em 1984. É artista, investigadora e professora.

Ao utilizar uma variedade de linguagens artísticas, como fotografia, desenho, escrita, som, colagem, escultura, instalação, site-specific ou performance, a artista procura construir um corpo de trabalho em torno de conceitos como fronteira, lugar, identidade, pertencimento, viagem e migração, aos quais está ligada pela sua experiência autobiográfica de desterritorialização. Coimbra, Lisboa e São Paulo são cidades nas quais se reconhece e que fazem parte dessa identidade fragmentada, tatuada de viajante. A imagem, a palavra, o espaço como matéria e o corpo aparecem muitas vezes nos seus trabalhos como forma de expressão de uma profunda ligação à Natureza, aos lugares que habita, a uma arqueologia da memória e do tempo.

Desde 2023 que tem vindo a desenvolver em co-autoria com Lilian Walker (artista visual) e Rita Maria (compositora e cantora) um novo corpo de trabalho no campo da investigação e criação, com foco nos cruzamentos entre áreas artísticas e processos de improvisação. Desta parceria já resultaram Som e Gesto em Síntese do Existir (2023), Sonoridade Táctil (2023), A Voz é Sítio de Existência (2023) e Tangente (2024). Desde 2009 que Inês Moura desenvolve trabalhos pontuais em co-autoria, dos quais se destacam os projetos Projecção de Bolso (2009), em vídeo, com Maura Grimaldi, obra que integra o acervo do CAPC; Batalha-Naval (2014), site-specific para as carpintarias da Carris, em Lisboa, com Maria Sassetti; Comer a Montanha (2022), desenho-instalação com Helena Ferreira e Marcelo Moscheta; Ciranda (2023), site-specific e performance para a Antiga Manutenção Militar de Coimbra, com Luísa Bebiano e Nuno Maia, e design de som de Henrique Vilão.

Em 2009 recebeu o prémio BES Revelação, na sequência do qual apresentou o seu trabalho na Fundação de Serralves. Desde então que participa em exposições nacionais e internacionais, das quais se destacam, nas individuais: Entre Manhãs, com curadoria de Estefânia R., Casa-Museu Bissaya Barreto, Coimbra (2024); Interstício, com curadoria de Miguel von Hafe Pérez, CAV, Coimbra (2023); e, nas coletivas: Entre o Céu e a Terra, Coleção AA, Igreja das Domínicas, exposição integrada no evento 15 Anos de MACE, Elvas (2022); Zoom In Zoom Out — Diálogos das Imagens com o Real, MNAC, Lisboa (2022); Chama Plural, com curadoria de Isabella Lenzi, Consulado Geral de Portugal em São Paulo (2016); entre outras.

É licenciada em Pintura-Belas Artes pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2009) e mestre em Artes Visuais e Procedimentos Artísticos pelo Instituto de Artes da Universidade Federal Paulista (2013), onde defendeu a dissertação Entre Portugal e São Paulo um percurso artístico em construção. De 2011 a 2013, foi membro do Grupo de Pesquisa GIIP (IA-UNESP) sob orientação de Rosangela Leote. Entre 2009 e 2011, integrou a equipa editorial e de produção do 4.º número da revista MARTE, Da Criação Artística à Intervenção Espacial, com coordenação editorial de Sara Antónia Matos. Após quase 12 anos a residir em São Paulo, onde desenvolveu igualmente a sua carreira na área da arte-educação como professora e mediadora, regressou a Portugal em novembro de 2020 e passou a estar quase exclusivamente dedicada à criação artística no seu atelier.

O seu trabalho está presente em coleções privadas como a Coleção AA, Coleção Isabel e Carlos Mimoso e Círculo de Artes Visuais de Coimbra.

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