Diz-nos Caroline Chik em L´Image Paradoxale – Fixité et Mouvement que a imagem não é necessariamente uma imagem estática ou uma imagem animada. Parece ser, paradoxalmente, e cada vez mais, ambas ao mesmo tempo. A natureza arrebatadora da imagem não se caracteriza mais, como era geralmente o caso da imagem fixa e a imagem movente, pelo seu estado de fixidez ou movimento, uma vez que esta, tributária de interacções, é a partir deste momento variável. Introduzimos o conceito de imagens fixas-animadas (Images fixes-animées) como tentativa de definição de um aparente paradoxo, na medida em que a fixidez está sempre virtualmente presente na imagem movente, assim como o inverso.
Aqui, a materialidade da imagem, a sua corporealidade transmuta-se no feixe de luz interceptado pelo ecrã que funciona como superfície de contacto, de impressão. Assistimos e experienciamos modos de aparição e (des)aparição da imagem (na sua fragilidade e instabilidade). Tal qual um processo semelhante ao ajustamento do diafragma que controla a entrada de luz e o nível de focagem. Imagens fixas-animadas, portanto.