Ao contrário de “look trough” (ver através) que parece indicar uma linha recta, a linha de “loop trough” é circular. Loop Through. É a obra de Gary Hill que nos guia neste deslocamento. Percorrer. Ir de uma ponta a outra e voltar. Uma e outra vez. Distender o intervalo que se estabelece no momento em que a imagem – que se olha a si mesma, olha de volta o espectador: a mesma imagem que se fixa naquele que a fixa, reposicionando-se a cada olhar. Tudo fluí. Tal qual o rio de Heráclito. Em Loop. Imagens que olham de volta. Ora, olhar é fazer brotar movimentos ínfimos entre as coisas (repito). Reparar uma e outra vez. Sabendo que a primeira não será igual à segunda. Que aquilo que se segue não se equipara ao que o antecedeu. Que a repetição (do olhar) não encontra o semelhante, mas o outro. A variação. Como José Gil, o que se propõe é fundamentalmente a noção de “sensação pura”: uma percepção visual anterior ao ver, um olhar apenas. Um mesmo olhar que “esquece” o significado, a intenção, o sentido e fixa-se no fluxo (das imagens, das superfícies, das películas, dos ecrãs).
Unlike “loop trough” which seems to indicate a straight line, the “loop trough” line is circular. Loop Through. It is the work of Gary Hill that guides us in this displacement. To move. Go from one end to the other and back. Again. Stretch the gap that is established at the moment when the image is looked at, looking at the spectator. The image that is fixed on the one who fixes it, repositioning itself with each look. Everything flows. Like the river of Heraclitus. Loop. Images that look back. To look is to bring out tiny movements between things (I repeat). Repair over and over again. Knowing that the first will not be the same as the second. That what follows does not equal what preceded it. That the repetition (of the gaze) does not find the similar, but the other. The variation. Like José Gil, what is proposed is fundamentally the notion of “pure sensation”: a visual perception prior to seeing, just a look. The same look that “forgets” the meaning, the intention, the sense and is fixed on the flow (of images, surfaces, films, screens).
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